domingo, 9 de agosto de 2009

Conclusão:

O importante é que alguém ocupe o lugar do réu. Não importa quem. Nunca importou. O banco só não pode estar vazio. Se é justo ou não, também não interessa. Os homens de poder quase sempre são meio cegos, meio surdos e meio sem ação. Os homens de poder quase sempre não têm poder sobre si. Quem os julga? Quem os paga? Quem os demite? Quem manda no patrão? Quem interroga o interrogador? Costas-quentes. Bunda larga. Os homens de poder são imortais. E mesmo quando morrem, uma plaqueta os fazem lembrados. Foi assim com Jesus Cristo e assim é até hoje. Quando morremos, ganhamos lápides com epitáfios longos e quase sempre poéticos, mas nunca com poder. Porque poder é genético. Um rei passa o trono ao seu filho. Um faraó também. Manda na família, depois da morte do pai, o filho mais velho. Sabe-se que tem o poder. Mas não se sabe pra que ele serve. Logo, o importante é que a função seja desempenhada. Não importa por quem.

ELE
in.: Ensaio sobre a histeria.

2 comentários:

  1. "o que importa não é a verdade intrinseca das coisas, mas a maneira como elas como elas vão ser contadas ao povo"

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